domingo, 21 de julho de 2019

RENOVEMO-NOS DIA A DIA


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RENOVEMO-NOS DIA A DIA
Transformai-vos pela renovação de vossa mente, para que proveis qual é a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.
Paulo (Romanos, 12 :2).
Não adianta a transformação aparente da nossa personalidade na feição exterior.
Mais títulos, mais recursos financeiros, mais possibilidades de conforto e maiores considerações sociais podem ser simples agravo de responsabilidade.
Renovemo-nos por dentro.
É preciso avançar no conhecimento superior, ainda mesmo que a marcha nos custe suor e lágrimas.
Aceitar os problemas do mundo e superá-los, à força de nosso trabalho e de nossa serenidade, é a fórmula justa de aquisição do discernimento.
Dor e sacrifício, aflição e amargura, são processos de sublimação que o Mundo Maior nos oferece, a fim de que a nossa visão espiritual seja acrescentada.
Facilidades materiais costumam estagnar-nos a mente, quando não sabemos vencer os perigos fascinantes das vantagens terrestres.
Renovemos nossa alma, dia a dia, estudando as lições dos vanguardeiros do progresso e vivendo a nossa existência sob a inspiração do serviço incessante.
Apliquemo-nos à construção da vida equilibrada, onde estivermos, mas não nos esqueçamos de que somente pela execução de nossos deveres, na concretização do bem, alcançaremos a compreensão da vida, e, com ela, o conhecimento da "perfeita vontade de Deus", a nosso respeito.
NOSSA REFLEXÃO
Estamos no mundo pra nos lapidar como Espírito. Somos fadados a Perfeição, relativa. Para isso, precisamos estar conscientes de que se faz necessário muito sacrifício e renúncia de nós mesmos. Como diz Emmanuel, nessa mensagem:

Aceitar os problemas do mundo e superá-los, à força de nosso trabalho e de nossa serenidade, é a fórmula justa de aquisição do discernimento. Dor e sacrifício, aflição e amargura, são processos de sublimação que o Mundo Maior nos oferece, a fim de que a nossa visão espiritual seja acrescentada.
Precisamos nos desvincular de nossos caprichos e pensar na vida futura. O Cristo foi bem afirmativo, quando nos disse que seu Reino não era deste mundo (João, 18:33, 36 e 37). Conforme Allan Kardec, a respeito desse dizer do Cristo:

Por essas palavras, Jesus claramente se refere à vida futura, que Ele apresenta, em todas as circunstâncias, como a meta que a Humanidade irá ter e como devendo constituir objeto das maiores preocupações do homem na Terra. Todas as suas máximas se reportam a esse grande princípio. Com efeito, sem a vida futura, nenhuma razão de ser teria a maior parte dos seus preceitos morais, donde vem que os que não creem na vida futura, imaginando que Ele apenas falava na vida presente, não os compreendem, ou os consideram pueris.[1]
Desta forma, é importante frisar que muitos ainda não compreendem essa máxima de Jesus Cristo. A decorrência disso é que, chegando ao plano espiritual, depois da morte física, a alma, recém libertada do corpo físico, pode se deparar com uma situação incompreensível, angustiando-se. Essa angústia, que pode ser sofredora, não é nenhum demérito para uma alma recentemente desencarnada. Por que a vida continua. E não é um erro pecaminoso, no que tange à evolução espiritual, pensar que só vivemos, num corpo físico, apenas uma vez. Pois, pensando a Doutrina Cristã, a partir da concepção de uma única vida, não desvirtua, moralmente, ninguém. Isto se dá, porque conforme Allan Kardec, a partir de seus achados no seu trabalho de codificação da Doutrina Espírita: Fora da Caridade não Salvação. Isto é, não é a Religião que liberta, ou, como muitos possam querer dizer, salva.
Então, precisamos conhecer a vontade de Deus, e isto só é possível pela nossa renovação, conforme Emmanuel nos diz.
Esse pensamento é coerente com o ensinamento dos Espíritos Superiores a respeito da nossa possibilidade de ver a Deus. Eles nos esclareceram que isso só é possível quando atingimos o estado de pureza espiritual. Por enquanto, nós só o sentimos ou o advinhamos.[2]
Então, devemos, diuturnamente, além de nos informar sobre a Doutrina de Jesus, seja pela Doutrina Espírita ou outra Religião[3], nos renovar espiritualmente através de nossa reforma íntima. Só conhecer a Doutrina Cristã, não é suficiente para nos tornar melhor ou, mesmo, nos considerar totalmente convertido a ela. Emmanuel nos lembra, como foi a conversão de Pedro, apesar de ter convivido com o Cristo e presenciado as maravilhas de sua grandeza espiritual.[4]
Que Deus nos ajude.
Domício.


[1] Vide, na íntegra, a dissertação de Allan Kardec sobre essa passagem evangélica em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. II, Item 2.
[2] O Livro dos Espíritos, Questão nº 244. Os Espíritos veem a Deus? “Só os Espíritos superiores o veem e compreendem. Os inferiores o sentem e adivinham”.
[3] “Meus amigos, agradecei a Deus o haver permitido que pudésseis gozar a luz do Espiritismo. Não é que somente os que a possuem hajam de ser salvos; é que, ajudando-vos a compreender os ensinos do Cristo, ela vos faz melhores cristãos. Esforçai-vos, pois, para que os vossos irmãos, observando-vos, sejam induzidos a reconhecer que verdadeiro espírita e verdadeiro cristão são uma só e a mesma coisa, dado que todos quantos praticam a caridade são discípulos de Jesus, sem embargo da seita a que pertençam. – Paulo, o apóstolo. (Paris, 1860). (In: O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XV, Item 10).
[4] Vide mensagem de Emmanuel, intitulada “Conversão” In “Caminho, Verdade e Vida (FEB).

2 comentários:

  1. Caro prof Domício - muito obrigado por mais esta reflexão.
    Nesse esforço de renovação, rogo aos Mestres que nos auxiliem a permitir que a paz de Jesus permaneça em nossos corações.
    Fraternal abraço.
    Marcelo.

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