domingo, 20 de janeiro de 2019

AVANCEMOS ALÉM


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AVANCEMOS ALÉM
Pelo que, deixando os rudimentos da doutrina do Cristo, prossigamos até à perfeição, não lançando de novo o fundamento do arrependimento de obras mortas.
Paulo (HEBREUS, 6:1).
Aceitar o poder de Jesus, guardar certeza da própria ressurreição além da morte, reconfortar-se ante os benefícios da crença, constituem fase rudimentar no aprendizado do Evangelho.
Praticar as lições recebidas, afeiçoando a elas nossas experiências pessoais de cada dia, representa o curso vivo e santificante.
O aluno que não se retira dos exercícios no alfabeto nunca penetra o luminoso domínio mental dos grandes mestres.
Não basta situar nossa alma no pórtico do templo e aí dobrar os joelhos reverentemente; é imprescindível regressar aos caminhos vulgares e concretizar, em nós mesmos, os princípios da fé redentora, sublimando a vida comum.
Que dizer do operário que somente visitasse a porta de sua oficina, louvando-lhe a grandeza, sem, contudo, dedicar-se ao trabalho que ela reclama?
Que dizer do navio admiravelmente equipado, que vivesse indefinidamente na praia sem navegar?
Existem milhares de crentes da Boa-Nova nessa lastimável posição de estacionamento. São quase sempre pessoas corretas em todos os rudimentos da doutrina do Cristo. Creem, adoram e consolam-se, irrepreensivelmente; todavia, não marcham para diante, no sentido de se tornarem mais sábias e mais nobres. Não sabem agir, nem lutar e nem sofrer, em se vendo sozinhas, sob o ponto de vista humano.
Precavendo-se contra semelhantes males, afirmou Paulo, com profundo acerto: "Deixando os rudimentos da doutrina de Jesus, prossigamos até à perfeição, abstendo-nos de repetir muitos arrependimentos, porque então não passaremos de autores de obras mortas".
Evitemos, assim, a posição do aluno que estuda... e jamais se harmoniza com a lição, recordando também que se o arrependimento é útil, de quando em quando, o arrepender-se a toda hora é sinal de teimosia e viciação.
NOSSA REFLEXÃO
De mais longe, já viemos. Então, deixemos o descanso e continuemos a caminhada em direção ao Pai, pois dele nos afastamos, mergulhando em um mundo de provas e expiações. Já nos arrependemos demais, como Emmanuel nos lembra, como a um teimoso e viciado nas obras mortas.
Temos uma vida pela frente. Recomendam-nos as boas mentes que não nos detenhamos olhando o passado. Não é fácil, pois ele vem à mente, de quando em quando. Todavia, devemos considerar que estamos mais à frente que o que nos faz arrepender. E o arrependimento é o primeiro passo para eliminar uma falta. Não devemos parar nesse ponto[1]. Depois dele deve ter a reparação. Não basta somente pedir perdão, se mostrar arrependido.
Temos um grande terreno para cuidar, que somos nós mesmos. O trabalho é o da reforma íntima. Devemos aprender com os erros e acertos. E seguir em frente como Paulo apontou para os hebreus. A perfeição nos espera. Olhar a Deus deve ser a nossa meta. Uma existência é insuficiente para isso. Então, que sejamos disciplinados no nosso trabalho de melhoria espiritual, avançando além da nossa disposição de chegar ao nosso destino fatal: a perfeição[2].
Que Deus nos ajude nessa caminhada.
Domício.

[1] Vide as questões de nº 990 a 1002 de O Livro dos Espíritos.
[2] Vide a Escala Espírita em O Livro dos Espíritos, questões/itens de nº 100 a 113.

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