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VIGIEMOS E OREMOS
Vigiai e orai para não cairdes em tentação.
Jesus (MATEUS, 26:41).
As mais terríveis tentações decorrem do fundo sombrio de
nossa individualidade, assim como o lodo, mais intenso, capaz de tisnar o lago,
procede do seu próprio seio.
Renascemos na Terra com as forças desequilibradas do nosso pretérito
para as tarefas do reajuste.
Nas raízes de nossas tendências, encontramos as mais vivas sugestões
de inferioridade. Nas íntimas relações com os nossos parentes, somos
surpreendidos pelos mais fortes motivos de discórdia e luta.
Em nós mesmos podemos exercitar o bom ânimo e a paciência,
a fé e a humildade. Em contato com os afetos mais próximos, temos copioso
material de aprendizado para fixar em nossa vida os valores da boa-vontade e do
perdão, da fraternidade pura e do bem incessante.
Não te proponhas, desse modo, atravessar o mundo, sem
tentações. Elas nascem contigo, assomam de ti mesmo e alimentam-se de ti,
quando não as combates, dedicadamente, qual o lavrador sempre disposto a
cooperar com a terra da qual precisa extrair as boas sementes.
Caminhar do berço ao túmulo, sob as marteladas da tentação,
é natural. Afrontar obstáculos, sofrer provações, tolerar antipatias gratuitas
e atravessar tormentas de lágrimas são vicissitudes lógicas da experiência
humana.
Entretanto,
lembremo-nos do ensinamento do Mestre, vigiando e orando, para não sucumbirmos
às tentações, uma vez que mais vale chorar sob os aguilhões da resistência que
sorrir sob os narcóticos da queda.
NOSSA REFLEXÃO
Somos reflexos de nós mesmos. Em geral, negamos essa
realidade. Como diz Emmanuel, nessa mensagem, ora refletida: “Nas raízes de nossas tendências, encontramos as
mais vivas sugestões de inferioridade”. Eis contra o que temos que nos esforçar
para nos tornarmos menos tisnados dos resultados de nossas transgressões ante a
Lei divina. Em verdade, ao pedirmos provas para galgar um lugar a cima na escala
espiritual, não podemos esquecer que, naturalmente, elas carregam tentações que
nos movem ao encontro de nossas inferioridades, e é quando, às vezes, caímos.[1]
É quando, se somos espíritas, somos convidados à reforma
íntima[2]. As tentações, na verdade,
pela nossa compreensão, são provocações da nossa consciência nos mostrando onde
devemos mudar.
Jesus, sabedor de nossas fraquezas, não podia deixar de nos
exortar quanto ao perigo das tentações, deixando o seguinte ensinamento: “Vigiai
e orai para não cairdes em tentação” (Mateus 26:41)[3].
Que tenhamos a força suficiente para não cairmos em
próximas tentações, pois se já temos motivos para chorar, quanto a algumas
quedas passadas, fiquemos com esta reflexão de Emmanuel:
Caminhar
do berço ao túmulo, sob as marteladas da tentação, é natural. Afrontar
obstáculos, sofrer provações, tolerar antipatias gratuitas e atravessar
tormentas de lágrimas são vicissitudes lógicas da experiência humana. Entretanto,
lembremo-nos do ensinamento do Mestre, vigiando e orando, para não sucumbirmos
às tentações, uma vez que mais vale chorar sob os aguilhões da resistência que
sorrir sob os narcóticos da queda.
Que Deus nos ajude.
Domício.
[1] O Livro dos Espíritos, Questão nº 261. Nas provações por que lhe cumpre passar para
atingir a perfeição, tem o Espírito que sofrer tentações de todas as naturezas?
Tem que se achar em todas as circunstâncias que possam excitar-lhe o orgulho, a
inveja, a avareza, a sensualidade, etc.? “Certo que não, pois bem sabeis haver
Espíritos que desde o começo tomam um caminho que os exime de muitas provas.
Aquele, porém, que se deixa arrastar para o mau caminho, corre todos os perigos
que o inçam. Pode um Espírito, por exemplo, pedir a riqueza e ser-lhe esta
concedida. Então, conforme o seu caráter, poderá tornar-se avaro ou pródigo,
egoísta ou generoso, ou ainda lançar-se a todos os gozos da sensualidade. Daí
não se segue, entretanto, que haja de forçosamente passar por todas estas
tendências.”
[2] Segundo A. Kardec, “reconhece-se o
verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega
para domar suas inclinações más”. In:
O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XVII, Item 4.
[3] Sobre isso, A. Kardec, em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. V, Item 11, nos esclarece quando
trada da questão do esquecimento do passado: “Ao nascer, traz o homem consigo o
que adquiriu, nasce qual se fez; em cada existência, tem um novo ponto de
partida. Pouco lhe importa saber o que foi antes: se se vê punido, é que
praticou o mal. Suas atuais tendências más indicam o que lhe resta a corrigir
em si próprio e é nisso que deve concentrar-se toda a sua atenção, porquanto,
daquilo de que se haja corrigido completamente, nenhum traço mais conservará.
As boas resoluções que tomou são a voz da consciência, advertindo-o do que é
bem e do que é mal e dando-lhe forças para resistir às tentações”.
Obrigada!
ResponderExcluirEu que agradeço, Katia, pelo seu comentário!!
ExcluirMuita paz, saúde (vacinada!) e alegrias pra você!!