domingo, 12 de novembro de 2017

A RETRIBUIÇÃO

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A RETRIBUIÇÃO
"Pedro disse-lhe: e nós que deixamos tudo e te seguimos, que receberemos?"
Mateus (19:27).
A pergunta do apóstolo exprime a atitude de muitos corações nos templos religiosos.
Consagra-se o homem a determinado círculo de fé e clama, de imediato: – Que receberei?
A resposta, porém, se derrama silenciosa, através da própria vida.
Que recebe o grão maduro, após a colheita?
O triturador que o ajuda a purificar-se.
Que prêmio se reserva à farinha alva e nobre?
O fermento que a transforma para a utilidade geral.
Que privilégio caracteriza o pão, depois do forno?
A graça de servir.
Não se formam cristãos para adornos vivos do mundo e sim para a ação regeneradora e santificante da existência.
Outrora, os servidores da realeza humana recebiam o espólio dos vencidos e, com eles, se rodeavam de gratificações de natureza física, com as quais abreviavam a própria morte.
Em Cristo, contudo, o quadro é diverso.
Vencemos, em’ companhia dele, para nos fazermos irmãos de quantos nos partilham a experiência, guardando a obrigação de ampará-los e ser-lhes úteis.
Simão Pedro, que desejou saber qual lhe seria a recompensa pela adesão à Boa Nova, viu, de perto, a necessidade da renúncia. Quanto mais se lhe acendrou a fé, maiores testemunhos de amor à Humanidade lhe foram requeridos. Quanto mais conhecimento adquiriu, a mais ampla caridade foi constrangido, até o sacrifício extremo.
Se deixaste, pois, por devoção a Jesus, os laços que te prendiam às zonas inferiores da vida, recorda que, por felicidade tua, recebeste do Céu a honra de ajudar, a prerrogativa de entender e a glória de servir.
NOSSA REFLEXÃO
Não existe outra benção maior pelo crescimento espiritual que distribuir esse crescimento a tantos que nos rodeiam. Eis um exemplo, como o é, o de uma profissão adquirida. Um profissional ao receber seu diploma se sente ávido de por em prática o que aprendeu, não só a serviço da comunidade em geral, como aos colegas de profissão.
A natureza, como aponta Emmanuel, apresenta a mesma característica: um fruto ao ficar maduro, anseia que seja logo consumido, senão apodrece.
Então, da mesma forma, devemos ser gratos por ter sido encaminhado ao conhecimento espírita e nos desdobrarmos em sua militância. Isso será tão somente um treinamento para missões mais elevadas. Lembrando que quando o trabalhador está pronto, o trabalho aparece. Devemos estar sempre na expectativa do convite ao trabalho[1].
Que Deus nos ajude a não vacilar quando o trabalho aparecer.
Domício.



[1]Vide O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. 20 (Os Trabalhadores da última hora).

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